quinta-feira, 16 de agosto de 2007

...Acordei...


Acordei… um silencio ensurdecedor arrepiou-me…
Estava sozinha… sozinha na casa, sozinha na vida, sozinha…
Ele tinha-me mesmo deixado…
Trocou-me… ela era mais jovem, mais animada, mais divertida, mais arranjada, maquilhada… mais bonita… qualquer um faria o mesmo… qualquer um, que já não amasse… pensava eu, na solidão daquela casa fria, branca… naquela cama grande, vazia, triste… mas no entanto minha e só minha…
Para que queria eu uma casa e uma cama só para mim? Se o homem que amava estava talvez até numa bem pequena com outra mulher nos braços e nem em mim pensava mais?
Pensava, nem um filho tive… tanto medo de tudo, com tanto tempo para tudo… e sozinha fiquei…
Seria castigo? Tinha abandonado alguém outrora ao fim de bem mais anos juntos…
Seria… destino esta solidão que veio para ficar?
Amava-o com todas as minhas forças, agora estupidamente mais que em qualquer outro dia e hora, em que ainda era meu…
Não o tinha, não o iria ter, e queria…
Estupidez… não há outra palavra… ridícula, sem auto estima… sem vida…
Fiquei assim uns dias… perdi-lhes a conta… não apareci no trabalho, não atendi telefones, não abri portas, não quis saber do mundo…
Quando nem forças tinha para me levantar limpei os olhos, senti os papos das olheiras de tanto chorar, a cabeça a latejar de dor e cansaço mental e… peguei no telefone…
Mas a quem vou ligar?
Não tenho ninguém… ninguém…
Para sexo… não faltam… para me ouvir… ninguém…
Não paro de pensar nele… ligo-lhe..ela atende.. desligo… choro…
Esta vida tem de acabar… mato-me? Ele merece tanto assim? E para que? Para viver a vida dele e não se sentir nem sequer culpado com o fim da minha?
Não!
Porque aquelas promessas todas? Aquela paixão tresloucada de adolescentes doentes um pelo outro?
Porque abrir mão da minha liberdade, do meu espaço, do que mais gostava de fazer? Para ser trocada logo na primeira oportunidade??
Não o posso ter de volta… não devo querer, quero… que puta de cabeça esta! Estou baralhada… será que é possível amar uma pessoa que nos troca?
Claro que não… então porque sinto amor? Forte?
Precisava de me levantar, sair.. para que? Para ver quem?
Raiva, dor, esperança, falta de amor próprio… abandono… falta de vontade de viver…
Tudo junto… sentia-me morta na vida…
O homem ideal não existe… o amor so magoa… não acreditava em mais nada.. não dou o meu coração a mais ninguém…

1 comentário:

Anónimo disse...

...nunca deixes que a falta de auto estima seja posta em causa...por homem algum, em momento algum...quando ''acordares'' e verificares que vales mais do que acreditas...darás um sorriso e ''brilharás'' ao espelho...sem lugar para frustações ou ''recusas'' a um novo sentimento, quem sabe por outro coração '' ao alto''!?...(bom texto...demostra uma realidade sentida*)


mil sorrisos por aí ;)*
Karla*