quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

ESQUECER


Muito li já eu sobre mulheres a tentarem esquecer o homem que outrora amaram e que ainda pensam amar, todas nós quando somos deixadas, trocadas ou quando vemos que não existe forma de retorno entramos no desespero estupido da loucura de que a vida acabou e choramos milhoes de lagrimas e desejamos não amar mais ninguém e rezamos para esquecer...mas acreditem que é verdade que com o passar do tempo tudo esfria, e as recordações começam a dissipar-se...a melhor parte é quando olhámos para aquela pessoa e... sentimos que contracenamos com ele numa outra novela em que ele era outra personagem e que a personalidade não era a mesma... eles ficam irreconheciveis e deixam de ser a pessoa que amamos, passam a ser desconhecidos...é nesta fase que nos rimos de nós mesmas e vale mesmo a pena voltar a amar e apercebemo-nos que vivemos a perda com demasiado folgor e que a ansiedade nos dominou por idiotice!
Imaginem...uma novela em que ele era o alexandre e voces a julieta... agora vejam o paulo com a nadia noutra novela, o enredo, as conversas até os locais não são mais os mesmos, aquele paulo é desconhecido e os traços de cara até mudaram, vejam os defeitos e os pequenos traços imperfeitos de cara com olhos de rejeiçao e aversão... é mais facil assim, e vão agradecer já não lhe pertencerem...
Eu prefiro pensar que aquele alexandre que conheci não existe mais para mim nem para outra mulher... e que se apagou no fim daquela novela... e que afinal a novela não dava em horario nobre nem tinha assim tanto sucesso...não foi bonito nem perfeito...passou...
Já sentiram repudio pelo novo personagem? Sabe bem...
Já pensaram como puderam namorar ou fazer amor com aquilo?
Já pensaram que perderam o vosso precioso tempo ou que simplesmente aquela pessoa nunca vos deu o valor merecido?

O segredo tá no sentimento de alivio...e de aprendizagem...retiro apenas da novela toda uma liçao de vida... dá para rir...onde já vão as lagrimas...quando as brotar que seja plo meu avô que realmente me amou e valem mesmo a pena brotar!!de saudade!!

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

SAUDADE


Tenho saudade do meu avô me sentar no parapeito da janela vendo o fogo de artificio comigo, tenho saudade de acordar com o leite quentinho e o paozinho com manteiga que a minha avó me fazia, tenho saudade de andar descalça o verão inteiro, tenho saudade da turma unida para onde ia um iam todos, tenho saudade do calafrio na espinha quando viu o alvo da minha paixão desenfreada, tenho saudade do beijo dado com tanto folgor que me fazia levitar, tenho saudade da minha mãe me adormecer fazendo-me carinhos, tenho saudade das brincadeiras com o meu primo, tenho saudades do carnaval com bisnagas sem medo do frio e da agua gelada, tenho saudades do amor desmedido, das lutas contra tudo e todos, tenho saudade da sensação de alivio, da sensaçao de relaxamento, tenho saudade da saudade...
Tenho saudade do tempo que via o mar, que sentia a brisa, que suspirava e sonhava...
Tenho saudade de ser amada à filme, tenho saudade de fazer amor de forma tão terna que dava sono, tenho saudade do romantismo derretido, tenho saudade do gosto pela escola, tenho saudade das conversas entre amigas, tenho saudade do cigarro fumado às escondidas, tenho saudade de gritar as minhas musicas favoritas, tenho saudade de fazer desporto, de dançar hip hop, tenho saudade de passear, tenho saudade de planear uma viagem, tenho saudade das visitas de estudo, tenho saudade do café depois de almoço, tenho saudade do cigarro enquanto jogava cartas com os amigos, tenho saudade do grupo, tenho saudade da sinceridade, da amizade verdadeira e dedicada, tenho saudade do meu espaço, tenho saudade do quanto amava estar só, tenho saudade de quem perdi na vida, tenho saudade dos desenhos animados de à 20 anos atrás, tenho saudade da altura do mirc, tenho saudade da gravação via radio daquela musica vibrante, tenho saudade de brincar com os meus gatos e cadela, tenho saudade de andar à chuva satisfeita, tenho saudade da pacata vida que já tive, tenho saudade do mundo como já foi....

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

VIDA


As mãos cansadas de minha mãe me afagam acalentando os meus sonhos ora ja desfeitos era em construçao... olhos de meu pai fustigados pelo trabalho arduo, pela luta continua e diaria em tantos anos, corpo de minha avó em extremo declinio e a sua face triste que me emociona...pergunto-me só se vive uma vez para provar estes dissabores, a dor e a perda inevitavel de quem amamos? Qual ser impotente, qual assistente de circo nesta jaula mundial, crucial e nefasta?...
Dificuldades falas-me tu? Dificuldade tenho eu em digerir este panorama intitulado ciclo de vida, dificuldade é o resumo da vida de meus pais, minha avó, que nunca cessaram a luta mas nunca se viram galardoados nem vitoriosos mas sobreviventes... dificuldade é o que sinto em aceitar tal sorte...
Precalços aceito de tua boca, dificuldade é sobrevivencia não é recusa de luxo, ou pedra no sapato ou queda na calçada...
Sabes quantas vezes me apeteceu acabar com a sua dor? Mil e estarei a mentir....
Quantas vezes rezei para que a sorte os brindasse, para que fossem abençoados por algo imensamente magico e pacifico? Duas mil e estarei a mentir...
Quantas vezes chorei no silencio da minha tão grande revolta dolorosa da impotencia sentida? Dez mil e estarei a mentir...
Não não muda nada eu bem sei...
Mas alivia a alma por uns segundos... e tudo voltará, e voltarei a questionar a vida ou que raio é...
Sabias que sou sensivel à dor dos outros e que com essa a minha aumenta em proporções interminaveis?
Sabias que... eu nunca fui egoista?...é um segredo meu...guarda-o bem... para no dia em que me vires chorar agarrada a esta vida, pois outra ainda não conheci, entenderes a razão dessas lagrimas...não vou querer a tua piedade nem a tua solidariadade so que faças um truque de magia... e que tudo volte a estar como foi... sorrisos e felicidade... na sobrevivencia ou não daqueles que tanto amo... e que não tenho preparação para perder de forma alguma...

domingo, 3 de janeiro de 2010

SAD-a doença




Sofro de SAD... nenhuma doença é tão nefasta, viciada e martirizante como esta...
Por maleita desta coisa vejo-me sistematicamente perto da loucura, mato as borboletas no estomago e aniquilo qualquer restea de optimismo, sonho mais que uma criança do Pais das maravilhas e acordo sobressaltada com o ruido de garagalhadas na calçada debaixo do meu parapeito...
Já tomei muita medicação, já mudei de casa, estilo de vida, musicas, roupa, emprego mas esta doença assombra a vida de um ser de uma forma tao avassaladora que derrota, que elimina o “eu”, que por vezes deixa de permitir ver claramente, deixa de permitir respirar de forma calma, ponderada e relaxada, que baralha e transtorna o horario...torna-se um ciclo mais brusco que uma bola de neve, é um eco de mim mesma numa gruta surda sem fundo e com uma claridade tao tenue que é apenas imaginada por mim...
Começo por achar que quando a combato não me atacará mais, depois ela vai entrando de novo, vai-se epoderando e envenenando todas as minhas veias, e entro em convulsões freneticas de SAD...
Não é bom, não faz bem, e no fundo apenas rebusco fuga deste mal que me fustiga e tira o sono...
Depois vem a outra fase, em que a SAD apavora quem está perto, quem a causa, quem não sabe o que representa nem sabe lidar com...
E vejo-me desamparada pois deixei que mais uma vez a SAD comanda-se a forma de estar em todo o lado...
No fim...quando penso que a SAD passou fico indiferente, fria e egoista... e acredito que ela não voltará...

Serei para sempre uma especie de SAD anonima...
Já há um clube para SAD´S anonimos?deveria...

*SAD-sindrome de amar demais!!