quarta-feira, 3 de março de 2010

A frase envenenada...



Naquela fria noite de inverno abraçaste-me forte, limpaste a lagrima que fugia face abaixo e sussurraste-me docemente:”nunca te hei-de deixar, ficarei ao teu lado para sempre”, essa frase corrompeu-me como se veneno se tratasse!
Não me matou mas abalou-me...hoje já não é a velhice que vejo ao espelho quando me observo que me assusta mas sim aquela frase da forma que ouvi...
Como é tão facil acorrentar a alma e tão dolorosamente cruel ser forçada a desacorrenta-la...
Aquela frase dá voltas em mim, atormenta as noites e ofusca-me os dias de sol...
Não te sabia tão bom com palavras e tão desligado com sentimentos...
Rápido se foi, mais rápido do que veio...
E aqui estou, numa dessas noites frias em que abafo com a brisa amena que trespassa o meu ser...
Estou mais madura, mais ciente, menos credula e menos sonhadora...
Se imaginasse a desvalor daquela tua frase...
Olho as minhas mãos e deparou-me com o tempo que passa sem treguas e sem piedade alguma e imagino-te aqui, sabendo eu que não voltas e que não desejo esse retorno teu...
O que me aterroriza é a frase ter existido, é a frase não ser eterna e não a desejar ouvir novamente...
O poder de uma frase...
Um sentimento tão banalizado que perdeu todo o significado ora belo ora ilusorio...
Deixaste, não ficaste, nem para sempre nem o nunca deveria ter sido por ti prometido...
Mas eu....eu permaneço aqui...não para sempre, não até nunca mais mas apenas aqui onde me encontraste e onde não me verás como um dia viste...

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