segunda-feira, 5 de outubro de 2009

PASSADO...


Quantos de nós sente familiaridade quando ouvimos frases do genero “esquece o teu passado, enterra.o..”? Muitos!

Escusado será dizer que o passado é a nossa raiz, é a nossa personalidade...

Nós somos os filmes que vimos no decorrer dela, as musicas com as quais choramos até adormecer, dançamos ou cantamos, os abraços que demos e que nos recusaram, as discussões que nos obrigaram a assistir, o fardo pesado que não eramos responsaveis, as promessas quebradas, os beijos quentes, os frios, as noites mal dormidas e preenchidas, a solidão e os namoros, as desilusões e as alegrias, as surpresas e as aventuras, as amizades desfeitas e as traiçoes, os estalos e os socos, as frases repetidas em que quase já vemos os actos seguidos, os oficios e as escapadelas, os sonhos e a realidade, as palavras do avô e o mimo da mãe, a mão amiga da ultima pessoa que estariamos à espera, os acidentes de carro e de percurso que nos atrasaram, os semaforos vermelhos ou o ceu estrelado, o por do sol naqele linda tarde de verão ou o abandono que sentimos, o gato que nos custou perder e a doença do ente querido que vimos acelerar...

Tudo o que perdemos, ganhamos, as lágrimas choradas, os abraços sentidos, as despedidas dolorosas ou os reencontros saudosos... faz-nos mais ou menos frageis, eleva-nos o ego ou destroçe-nos a alma, e se no primeiro amor nos sufocava a ideia em perde-lo, no segundo não pensamos muito e no terceiro toleramos, e se a frase “nao sei viver sem ti” deixa de ser real é porque o sentido desta sabemo-lo ilusorio, e preferimos proferir “eu não quero viver sem ti...” mas consigo..
E se a frase “vamos ficar juntos para sempre” nos fazia adormecer com um sorriso gigantesco, mais tarde tras indiferença, promessas, palavras leva-as o vento...

Não faltam propostas, desejos, sonhos... a diferença é que a maturidade e a experiencia tras-nos a realidade crua e nua, e já não vivemos tudo com o mesmo fogo da paixão, culpa do bendito maldito incrustado passado... antes tivessemos o dom de apagar por vezes, ou não, ou desligar das coisas más e voltar a acreditar... nalguns casos poderia ser vantajoso noutros poderia apenas nos voltar a resumir a uma solidão chorosa de falta de vontade para continuar uma vida que julgamos terminada por alguém que era tudo e no fundo não era quase nada, nada que o tempo aos poucos não enxague...

Mas é bom que ele se mantenha connosco, pois ele cria auto defesa errada ou certa mas cria uma sensação de alerta que pode quebrar o maior encanto de uma novo amor mas nos permite uma distancia de segurança, um beneficio da duvida e não uma crença desmedida...
Há que sonhar mas com os pés minimamente na terra, há que arriscar mas sabendo que o chão existe, há que acreditar num amor arrepiante mas sabendo que o tempo arrefece, há que trocar promessas de amor mas sabendo que não será mortifero se algo se destilar...
Há que saber respirar se aquele ar deixar de estar presente, e saber aguentar o bater do coração se o outro já não bater da mesma forma que outrora, e seguir em frente se já não seguirmos o mesmo caminho, e compreender que nunca será possivel obrigar alguém a manter-se ao nosso lado ou a amarmo-nos...

Há que saber...

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