
As mãos cansadas de minha mãe me afagam acalentando os meus sonhos ora ja desfeitos era em construçao... olhos de meu pai fustigados pelo trabalho arduo, pela luta continua e diaria em tantos anos, corpo de minha avó em extremo declinio e a sua face triste que me emociona...pergunto-me só se vive uma vez para provar estes dissabores, a dor e a perda inevitavel de quem amamos? Qual ser impotente, qual assistente de circo nesta jaula mundial, crucial e nefasta?...
Dificuldades falas-me tu? Dificuldade tenho eu em digerir este panorama intitulado ciclo de vida, dificuldade é o resumo da vida de meus pais, minha avó, que nunca cessaram a luta mas nunca se viram galardoados nem vitoriosos mas sobreviventes... dificuldade é o que sinto em aceitar tal sorte...
Precalços aceito de tua boca, dificuldade é sobrevivencia não é recusa de luxo, ou pedra no sapato ou queda na calçada...
Sabes quantas vezes me apeteceu acabar com a sua dor? Mil e estarei a mentir....
Quantas vezes rezei para que a sorte os brindasse, para que fossem abençoados por algo imensamente magico e pacifico? Duas mil e estarei a mentir...
Quantas vezes chorei no silencio da minha tão grande revolta dolorosa da impotencia sentida? Dez mil e estarei a mentir...
Não não muda nada eu bem sei...
Mas alivia a alma por uns segundos... e tudo voltará, e voltarei a questionar a vida ou que raio é...
Sabias que sou sensivel à dor dos outros e que com essa a minha aumenta em proporções interminaveis?
Sabias que... eu nunca fui egoista?...é um segredo meu...guarda-o bem... para no dia em que me vires chorar agarrada a esta vida, pois outra ainda não conheci, entenderes a razão dessas lagrimas...não vou querer a tua piedade nem a tua solidariadade so que faças um truque de magia... e que tudo volte a estar como foi... sorrisos e felicidade... na sobrevivencia ou não daqueles que tanto amo... e que não tenho preparação para perder de forma alguma...
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